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O vínculo perfeito

Existem várias técnicas para se criar filhos "perfeitos", alunos "perfeitos", cidadãos "perfeitos" - o que quero dizer é o perfeito no sentido de se adequar à situação e às normas exigidas -, e, para isso, existem diversos profissionais para orientarem os pais, os líderes, os professores...
Todavia, muita das vezes, nem mesmo as técnicas educacionais e orientativas bastam: muitos alunos ou filhos ainda continuam a apresentar comportamentos inadequados perante seus responsáveis.
É esse o ponto que gostaria de chegar. Apesar de as regras, as normas, as técnicas e entre outros esforços servirem em determinados contextos, nem sempre, elas darão conta de frear algum comportamento ou incentivar algum comportamento. 
Mas por quê? Justamente porque estamos lidando com seres humanos; e o ser humano vai muito além de imposições, cobranças sistematizadas, ajustes constantes... O que é necessário para se aliar a tudo isso é o vínculo afetivo: ou, mais conhecido como o "amor".
Não desmereço técnicas, pesquisas e estudos comprovados cientificamente e benéficos aos seres humanos, o que friso é que o ser humano é quase incapaz de ter uma mudança permanente à base de "somente regras, advertências, normas...".
Existem técnicas para lidar com o mau comportamento das crianças: aconselha-se aos pais que falem em um tom adequado, na mesma altura da criança (olhando-a nos olhos) e pedir o que se deve fazer. Mas isso não basta se não houver o vínculo perfeito: o amor. Ora, de que adianta se a responsável pela criança utiliza-se de tal técnica e em outro momento, despreza a criança, grita, rebaixa-a e desestimula-na? 
Regras, imposições e deveres impõe o ser humano na linha esperada daquilo que a sociedade considera adequada, e por isso, todos nós buscamos responder de acordo. Contudo, apenas isso não basta, se não houver o olhar afetuoso, as palavras adequadas, os gestos, a afirmação de que o que se espera de seu aluno/filho/subordinado não é apenas caminhar em uma linha reta, por onde todos passam, mas é mostrar que existe afeto (verdadeiro) para ampará-lo, para suportá-lo, para abrigá-lo em casos de falhas. As falhas só podem ser suportadas com o amor.
É necessário o amparo, a mão estendida, e não somente imposições de regras duras para se moldar qualquer ser humano; é necessário, a conversa, a aproximação, o carinho, o abraço, o sorriso, a ternura...
As técnicas são eficientes, pois colaboram com parte da mudança dos seres humanos, mas elas sozinhas, não surtem efeitos, ou, o efeito desejado. O vínculo perfeito, é o vínculo afetuoso, em que se mostra ao "aprendiz" que as advertências são impostas juntamente com o afeto, e dessa forma, valorizando a dignidade humana, não o tratando apenas como objeto padronizado e moldado que tanto almejamos. Pois se existissem somente as duras sistematizações normativas, sem a demonstração de afeto, provavelmente, muita das pessoas sentiriam-se: desanimadas, angustiadas, aprisionadas, desamparadas, causando-lhes a desistência de serem bons alunos, bons filhos, bons companheiros, bons em (alguma coisa)... 
Os pais que amam seus filhos, não apenas impõe limites, mas dão afeto aos filhos: aquele abraço confortável, aquele sorriso, ou apenas uma palavra consolativa na reprovação de um exame... 
É dessa forma que, as regras e as normas passam a pesar menos e serem buscadas de modo natural, confortáveis e seguras. É dessa forma, também, que todos os seres humanos aprenderiam com mais facilidade, pois, se de um lado existem as normativas, de outro existem os afetos, e unidos, formam uma força excelente para o aprendizado humano.
Podemos fazer esse teste: imponha regras a alguém, e esse alguém custará a seguir facilmente; mas imponha regras com afeição - honesta, como por exemplo: mostrando-lhe a necessidade dessa regra, a preocupação em ver sua melhora, tendo paciência e tempo para com tal pessoa. Verás que essa pessoa pensará duas vezes antes de não seguir tais regras, pois, ela sentiu o necessário: existem regras mas existe a conexão afetiva com quem impõe a regra: o amor.

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