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Todo mundo é bipolar?

Não, a humanidade - toda - não é bipolar. O transtorno bipolar de humor é uma doença e deve ser levada a sério, sem pré-julgamentos do senso comum.
É muito comum o ser humano ter declínios de humor por causas concretas, comprovadas, existentes... Quantas vezes ao dia não sentimos uma alegria ou tristeza? Isso não caracteriza o transtorno bipolar de humor. 
Por vezes, já ouvi dizer: "Ah, aquela pessoa é bipolar! Ontem ela estava feliz e hoje está de cara feia...". Esse conceito de bipolaridade é uma ideia muito reducionista, que reduz um simples estado de humor com causas reais à doença do humor.
Darei um exemplo: Creusa trabalha com Mariazinha. Para Creusa, Mariazinha é bipolar, pois alguns dias atrás, a mesma não sorriu para ela e nem disse bom dia. Será que Creusa tem razão? Não. Creusa esqueceu de avaliar vários outros fatores, reduzindo o comportamento de Mariazinha pelo senso comum/preconceito da doença.
Alguns dias atrás, Creusa havia caçoado e imitado Mariazinha na frente de alguns colegas, além disso, ela a havia criticado severamente por causas banais. Mariazinha, então, teve uma reação natural de tristeza e resolveu se afastar de Creusa por alguns dias, até que passasse a sensação de tristeza.
É assim que os julgamentos errôneos acontecem; muitas pessoas avaliam o estado de humor de pessoas próximas, sem levar em conta todo o contexto que esta pessoa está vivendo. Será que essa pessoa está vivendo momentos de estresse por causa do vestibular? Será que essa pessoa terminou o namoro? Será que essa pessoa está incomodada com alguma situação?
Nós precisamos, sempre, avaliar o contexto da mudança de humor das pessoas - sem o "achismo" ou diagnóstico do senso comum.
O transtorno bipolar do humor é uma doença que se destaca pela alternância do humor: estado maníaco e depressivo. A oscilação de humor tem grande destaque na convivência com as pessoas ao seu redor, e seus estados de humor não tem qualquer relação com o momento que o indivíduo está vivendo, ou seja, o indivíduo pode estar tranquilo, sem consideráveis problemas, mas pode sentir-se extremamente deprimido.
É importante lembrar que o transtorno bipolar do humor não faz parte da personalidade da pessoa, e, além disso, alguns sintomas da bipolaridade consiste no aparecimento de alucinações (ver algo ou alguém que não existe) e delírios (ideias delirantes de perseguição, culpa, poderes sobrenaturais, etc). Contudo, nem todos apresentarão tais sintomas psicóticos.
O tratamento pode se dar através de medicações e acompanhamento terapêutico: consiste na clarificação da doença aos familiares e amigos, quais são os riscos, como ajudar, desmitificação de preconceitos, entre outras.
No tratamento medicamentoso, o médico pode introduzir o estabilizador de humor e caso não haja melhora, ele pode associar a um antidepressivo. Dessa forma, reduz o risco de ciclagem de euforia que os antidepressivos desencadeiam. 
Os estabilizadores de humor controlam o processo de ciclagem de um episódio de humor a outro episódio, assim, reduz a gravidade e as quantidades de depressões e (hipo)manias e variam no efeito antidepressivo e antimaníaco. 
Os medicamentos mais conhecidos para o tratamento são: a carabamazepina, o ácido valpróico e o carbonato de lítio. 
Mais estudos sobre o transtorno bipolar em postagens futuras.
Akemi Zaha

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