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Discursos bonitos mas cansativos

Percebe-se que em uma palestra, discurso, oratória, congregações e aulas, a forma de os líderes discursarem é quase sempre de maneira direta, simples e sucinta. Pois independente de o ouvinte ser letrado, bem educado e graduado, o cansaço dos discursos longos e muito "enfeitados" torna-se desgastante e por um longo tempo, inaudível e incompreendido.

Quanto mais um discurso é feito com palavras rebuscadas, cheio de cuidados para ser um linguajar elegante, próprio e até difícil de ser entendido, menos os ouvintes se atentam para as explicações. Observa-se que, os políticos mais bem lembrados pelo povo são aqueles que tem um linguajar do "povão", ou seja, sua oratória abrange desde os mais estudados até os analfabetos.

Dessa forma, quanto mais os discursos forem diretos e simples, é mais provável que capte o interesse das pessoas para aquele assunto; porém, como já observamos na televisão os programas políticos, em que há uma roda de pessoas buscando dificultar seu linguajar para parecer mais intelectualizado e entendido no assunto, menos audiência e interesse das pessoas existe para tal conteúdo.

Ainda vejo que a melhor forma de comunicação com as pessoas é a comunicação do "pipoqueiro", ou seja, é a pessoa que fala a linguagem de todos, usando palavras entendíveis como todos nós costumamos usar no dia-a-dia.

As explicações muito embromadas de textos, exemplos históricos - como, falar sobre os aspargos do século XVII - ou perdendo o foco (o assunto é sobre a guerra, e fala-se sobre o teorema de Pitágoras), causa no ouvinte um certo incômodo, cansaço e certa dispersão. Por isso, a melhor forma de atingir os ouvintes interessados pela sua oratória, é falar sempre de forma simples, sucinta e principalmente: direta. Nós gostamos de gente como a gente, de pessoas que nos fazem entender coisas difíceis, de forma simples. Aí a nossa atenção é pega, sem ao menos percebermos.

Indiretas resolvem?

É comum que alguém nos tire a paz e nos traga decepções e frustrações; quando isso acontece, passamos o dia pensando na injustiça que sofremos e na melhor forma de punir quem nos feriu. Geralmente, o sentimento que mais enfervece a nossa ira é a revolta, é o sentimento de termos sido injustiçados, e, com isso, um dos meios mais fáceis de externalizar essa raiva é por indiretas.

A pergunta que faço é "Quem nunca falou por indiretas?". Essa é uma forma eficaz para desabafar e "tentar" corrigir o próximo. Mas nem sempre o próximo entende aquela mensagem como para ele, aí a indireta vai ralo abaixo. 

Indiretas são formas usadas quando você tem muitos ou poucos resquícios de indignação contra alguém, essa é uma forma que beneficia mais o indivíduo que está mandando a indireta, pois o ouvinte, ao captar que essa é uma mensagem para ele, poderá, na verdade, ficar contra você e enraivecido. 

Na maioria das vezes, as indiretas nunca são vistas com bons olhos, pois elas vêm "embaladas" com sentimentos de ódio, vingança e tons de ironia; e, ninguém gosta de sentir que, naquele momento, é o alvo de indiretas. Em vez de aproximar as pessoas e resolver as questões, o efeito é (quase) sempre o contrário: há brigas, desentendimentos, distanciamentos e desprezos. Porém, enquanto o ser humano for ser humano, as indiretas permanecerão existindo, pois ela, de certa forma, acalma o ânimo e evacua os sentimentos ruins de quem está 'mandando a tal indireta'.

Quando o erro dos outros te ensina algo

Nós estamos em constante aprendizado, nunca é tarde para mudar e criar novos hábitos. Nunca ninguém viveu essa vida só acertando e fazendo exatamente tudo certo, o tempo todo. Ao contrário, as pessoas passam essa vida errando, o que as faz aprender e evoluir como pessoa.

O fato de vivermos a vida errando e aprendendo, torna-nos mais humildes, pois se vivêssemos apenas acertando, seriamos perfeitos e não precisaríamos de humildade para nos arrepender de erros. Contudo, é muito comum que o erro dos outros se sobreponha aos nossos próprios erros, ou seja, o erro do próximo é sempre mais absurdo, inaceitável, inconveniente e errado, mas os nossos próprios, tentamos negar e esquecer.

Quantas pessoas você já não viu que disse que "fulano errou" e eu "não faria isso" ou "desse jeito"; mas sem que essa pessoa perceba, até uns dias atrás, ela cometia o mesmo erro, só que de outras maneiras. 

Então fica provado que é mais fácil apontarmos o dedo e condenar o próximo por um erro que até dias atrás, nós também cometíamos. Existe aquela frase de que "quando você aponta um dedo para julgar alguém, outros três dedos são apontados para você", e há reflexão nessa frase, porque o que incomoda nos outros, pode, na verdade, ser o nosso erro também.

Há pessoas que dizem que não suportam ouvir desculpas esfarrapadas dos outros, mas ela mesma já deu muitas desculpas esfarrapadas, à sua maneira, em outra ocasião, de outro jeito e com outra pessoa. Ou seja, nenhum de nós estamos sempre imunes a não errar. Ao apontar o dedo para alguém, nós podemos, sem saber, estarmos apontando o dedo para nós mesmos.

Se uma pessoa reclama que o outro é mal educado ou insuportável, é de se imaginar que ela seja bem-educada e sempre amigável, porém, essa não é a realidade. A realidade é que, ela pode ser assim com os outros, "mas os outros nunca podem ser assim com ela". Então daí nasce a ilusão de que "eu sempre acerto" e o outro "sempre erra" - porque deixar de olhar para si mesmo e perceber seus próprios erros, é se considerar perfeito.

O que acontece com a maioria das pessoas é que o erro dos outros é sempre insuportável, massacra a boa índole e ultrapassa todo o bom senso, mas os seus próprios erros apenas são "coisas passageiras", "errei, mas tudo bem" ou "ninguém vai saber mesmo". Deixamos para lá. Quando na verdade, nós vivemos poupando a nós mesmos de enxergar o óbvio: nossos erros.